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André e o seu sobrinho/irmão Fábio, quando criança na cidade de Reriutaba

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O meu nome é André Luiz Gomes, nasci em 03/12/1965, na cidade de Reriutaba-CE. Minha mãe Maria Bemvindo Gomes teve sua última gravidez aos 42 anos. Foi uma gestação de risco e um parto complexo necessitando da técnica obstétrica do fórceps, já que a técnica cesariana ainda não era possível, especialmente no interior. A referida intervenção foi realizada por um clínico geral, em condições bastante inadequadas.

Nasci com 5 quilos e 750 gramas e só fui amamentado por 15 dias, já que minha mãe trabalhava no mercado da cidade de Reriutaba-CE como pequena comerciante de doces e salgados, o que dificultava disponibilizar horários regulares para amamentação, razão porque logo rejeitei este benefício, embora minha mãe tentasse ao voltar do trabalho à noite.

Na minha infância não tive uma convivência intensa com minha mãe, visto que fui criado por uma tia, a quem todos chamavam tia Tonha (e eu a chamava de mãe) e seu esposo Antônio Roberto. Neste primeiro período da minha vida assimilei a cultura rural, já que aquele senhor, a quem até hoje chamo de pai, dedicava-se à agricultura. Com minha segunda mãe (tia Tonha) convivi até os meus 15 anos, e recordo-me das fogueiras do mês de junho, principalmente da fogueira de santo Antônio, quando comemorávamos também o aniversário da tia Tonha, com muita canjica, pamonha milho assado, aluá e os folguedos característicos.

Quando eu tinha 10 anos, minha mãe vendeu sua casa, que era vizinha à de tia Tonha e fomos morar no centro de Reriutaba. O motivo desta mudança foi à disputa entre tia Tonha e minha mãe pelas diretrizes da minha educação, pois minha mãe achava que tia Tonha era permissiva demais, exagerava nos mimos e não sabia estabelecer os limites necessários. Porém continuei convivendo com tia Tonha até 1980, quando a mesma faleceu. Mas mantenho contato até os dias atuais com o meu segundo pai (Senhor Antônio Roberto).

Iniciei meus estudos aos nove anos. Relativamente tarde para os padrões de educação atuais, porém naquela época isto era comum. Apesar da deficiência visual fui alfabetizado com facilidade. Durante todo o tempo que permaneci em minha cidade de origem estudei no mesmo colégio: Centro Educacional Nossa Senhora das Graças (Casa da Providência). Estudei nesta escola do Jardim da Infância até o final do primeiro semestre da 7ª. série do 1º. Grau. No mesmo ano de 1982transferi-me para Fortaleza e concluí a 7ª série, no ano de 1983 cursei a 8ª série do ensino ginasialno Seminário Seráfico Nossa Senhora do Brasil, em Messejana.

Em 1981 passei pelo pior episódio da minha vida. Diante da minha dificuldade de leitura, por já conviver com uma doença grave de visão, contava sempre com o apoio das minhas queridas amigas e colegas de classe , tais como: querida colega Sônia e Sílvia Helena que me emprestavam seus cadernos, escritos de forma extremamente legíveis, que me permitia, mesmo com dificuldade, ler os apontamentos feitos para melhor compreensão das matérias. Mas, infelizmente, naquela manhã de setembro, nem mesmo aquela letra eu conseguia ler. Por mais esforço que fizesse, não lia nada. E o pior, aquela matéria cairia na prova de ciência que ocorreria no segundo tempo, logo após o recreio. E agora? Pensava eu... O que farei? Fiquei atõnito! Minha sorte é que a aula do primeiro tempo seria de língua portuguesa, disciplina ministrada pela querida professora Maria da Cruz, que era também minha vizinha e me conhecia muito bem. O meu nervosismo e apatia, no decorrer da aula, chamaram-lhe a atenção e ela pediu que a procurasse na hora do recreio, na sala dos professores. Assim procedi. A professora, bastante preocupada perguntou o que estava acontecendo, pois desconhecia aquele meu comportamento. Diante daquela situação, não deu pra segurar... e eu chorei muito enquanto conversava com dona Maria da Cruz. A professora, em sua toda compreensão, que lhe era peculiar, procurou me acalmar dizendo que eu não me desesperasse, pois me considerava um garoto muito esforçado e inteligente e se comprometia, naquele momento a ler e copiar as minhas matérias. E a querida professora Maria da Cruz cumpriu plenamente o prometido lendo e copiando minhas matérias até a conclusão do primeiro semestre de minha 7ª. Série. Estávamos em junho de 1982, mês em que passei a residir em Fortaleza.

Em 1985 voltei a estudar, fui cursar o segundo grau na Escola Estadual Paulo Benevides. Neste colégio fui muito bem acolhido, seja pela diretoria, seja pelos corpos docente e discente. No primeiro ano cursei o Básico e no segundo ano escolhi o curso de Contabilidade e Custo. Nos dois primeiros anos fui aprovado,mas no terceiro não consegui acompanhar o curso, visto que na parte prática de Contabilidade lidava muito com abordagems gráficas e por conta da deficiência grave de visão tive que abandonar o curso de Contabilidade e o Paulo Benevides.

Os dois anos que cursei nesta escola na década de 80 , me possibilitou no ano de 2002 concluir meu ensino médio no Liceu de Messejana.

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